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HISTÓRIA DA VIDA DAS IRMÃS FAIOLI

Três chamas unidas em um único ideal

“A alegria do coração é o maior presente que Deus nos concede.”

(Santa Clara de Assis)
Conteúdo

UM MONUMENTO, UM CAMINHO

Desde 1989 a praça da prefeitura de Fiuggi foi enriquecida de um bronze destacando quatro quadros em auto-relevo, que foram colocados na fachada da Igreja da Imaculada. Tais obras do escultor Angelo Canevari lembram três irmãs fiugginas que, em 1741, após uma missão popular, pregada pelos sacerdotes Tommazo struzziere e Gaetano Giannini, tomaram a iniciativa; e , […] na própria casa a poucos passos da Igreja se Santo Estevão […] escolheram viver vida retirada; e outras jovens, vindo a conhecer, resolveram juntar-se às mesmas para uma vida de maior oração. A medida que crescia o fervor destas jovens, abriu-se como uma “Escola das Irmãs Faioli” para instrui-las nos rudimentos da nossa santa religião. (RASPA, Giampiero, 1989)

Assim as Fontes, claramente mesmo na estrema sobriedade, relatam o início da “Santa Aventura” destinada a beneficiar as jovens concidadãs antes de alargar-se às cidades vizinhas e atravessar os oceanos.

Fiuggi Praça Trento e Triestre, no monumento de bronze, em frente à Igreja de Santa Clara, as três Irmãs Faioli representadas juntas com uma pequena educanda recordam a própria história de sofrimento, mas cheia de esperança.

Uma lápide ao lado do nome da rua recorda os méritos de
Teresa, Cecília e Antônia Faioli:
Não méritos de guerra, mas conquistas de paz.
Elas testemunharam que mesmo com todos os limites humanos e culturais, cada um pode contribuir para o
verdadeiro bem dos concidadãos.

Subindo a praça Trento e Triestre, inicia a rua Irmãs Faioli, dedicada às três Educadoras – Fundadoras, que viveram em edifícios próximos à esta antiga Via Maggiore, daquele povoado de quase 1000 (mil) habitantes que se chamava “Anticoli di Campagna”, foi ali que viveram a própria consagração total a Deus, no serviço humilde de uma essencial formação humana e religiosa, que as colocaram com pleno título entre as pioneiras da instrução feminina do 1700, protagonistas com suas alunas de uma singular escola nascida do nada: a história documenta que o próprio surpreendente carisma educativo que as fizeram espontaneamente serem procuradas por outras e frequentadas antes mesmo do reconhecimento oficial das autoridades religiosas e civis. algumas daquelas alunas se tornaram discípulas na família religiosa e as reconheceram como fundadoras.

UMA GEOGRAFIA, UMA HISTÓRIA

Foto feita das cidades do lago de Caterno.

Vista ampla que abrange os Montes Hénicos com duas cidades da provícia de Frosinone, de onde se iniciou a nossa história: à direita o ponto de partida, Torre Cajetani (pequeno centro que surgiu entorno ao poderoso Castelo a 850m s.l.m) e à esquerda, a quase 6km, o ponto de chegada, Fiuggi (a 747 s.l.m) ainda “Anticoli di Campagna)

Das duas cidades da “Ciociara” agrupadas em duas colinas dos Montes Hérnicos, divididas por poucos quilômetros, deu-se início a uma nova história, uma história diferente, porque testemunha como a vida pode ser vivida, mesmo nos deveres impostos da cotidianidade, sem o descer a uma vida habitual mediocridade. Por isso, cada um, tem o direito de não renunciar à própria dignidade e às exigências mais profundas do próprio espírito, como nos demonstram Teresa, Cecília e Antônia, em uma época na qual a vida da mulher parecia ainda predeterminada inexoravelmente pelos costumes e preconceitos que existiam.
A história de uma família que transfere de Torre Cajetani na segunda metade do século XVIII àquela do avô Felice; e que no início do século XVIII vê-se o encontro e o matrimônio do 4º filho, Francesco com Marta Terrinoni, de Anticoli. Uma história muito comum não privada de projetos mais ou menos obrigados pela necessidade com inevitáveis angustias de quem deve abandonar o próprio lugar de origem. Mas aquelas angustias se manisfestarão providenciais, mesmo se mais tarde a partir daquela transferência geográfica, se iniciará uma história que envolve ainda hoje muitas outras pessoas.
Teresa (nascida em 11 de dezembro de 1715), Cecília (nascida 28 de fevereiro de 1719) e Antônia (nascida 10 de junho de 1723), quando perderam a mãe tinham respectivamente 12, 8 e 4 anos, mas não se abandonaram à desolação: elas souberam reagir e através de uma grande preparação de vida cristã, que se autenticamente vivida, é sempre capaz de reforçar a esperança e assim deram frutos que despertaram entusiasmo nos contemporâneos, a aprovação dos bispos, o engajamento de outras jovens que futuramente viverão os ensinamentos e partilharão a missão até serem chamadas para abrir escolas também em outras dioceses.

UMA CASA, UMA FAMÍLIA

Imagem 01

A poucos metros da rua “Irmãs Faioli, descendo os degraus da via Vetere, se passa em frente à porta da casa onde nasceram as três
irmãs. Uma lápide as recorda. (imagem 01)


No pequeno “Museu Irmãs Faioli”, o qual se encontra na praça da prefeitura são conservados os humildes objetos da vida cotidiana da três irmãs:
Aqueles herdados da família , colocados generosamente à disposição da nova família, que foram usados e conservados com amor. (imagem 02)

Imagem 02

As poucas notícias que nos relata a história sobre a infância das três irmãs não deixarão de considerar importância da própria maturidade, antecipada do episódio chave: a morte da mãe Marta. Nem podemos ignorar a formação base recebida na vida familiar que as precederam e favoreceram aquela assunção de responsabilidade. Também não deve ser negligenciada a força da singular união entre elas, que especialmente, a partir daquela experiência, se tornou lição de solidariedade, de generosa partilha, de positiva doação de si mesmas. Se poucos anos mais tarde Teresa, Cecília e Antônia poderão revelar-se capazes de acolher outras jovens que as estimavam, significa que as suas personalidades sãs haviam superado a prova, colhendo no empenhado cotidiano, estímulos para um crescimento humano e cristão. Aquele ato de buscar água no poço ou na fonte, recolher a lenha, acender ou não deixar apagar o fogo, lavar a roupa nas pequenas fontes, etc, eram condições de vida comum para cada mulher daquele tempo que as preparavam sistematicamente ao sacrifício consciente e feliz de quem sabe a vida promete um fim cheio de esperança, de imortalidade.

Nem mesmo a morte do pai Francesco, após a longa carestia do ano 1740 durante a qual o povo foi obrigado a alimentar-se de ervas, impedirá as três irmãs a encontrar-se na melhor disposição interior para participar das missões populares de junho de 1741: essa, antes de tudo, marcará uma mudança em suas vidas (…) e uma mudança singularíssima: Teresa, Cecília e Antônia se sentirão contemporaneamente chamadas a uma mesma escolha de dedicação total a Deus numa mesma forma. Como na melhor tradição monástica, retirar-se-ão para dedicar-se sempre mais intensamente intensamente à vida interior, à união com Deus que se alcança na oração. E a providência não fará faltar para elas um ambiente todo religioso, próprio a poucos passos da igreja de Santo Estevão, a poucos metros da própria casa natal.

A missão popular que foi organizada em
Anticoli di Campagna trouxe efeitos benéfi-
cos, não só para as três irmãs: E a força da
palavra de Deus semeada pelo Servo de
Deus Dom Tommaso Struzziere, futuro pas-
sionista e principal colaborador de São Paulo
da Cruz. A cena é recordada em um quadro
na casa de retiro espiritual. (Na foto acima
sala de conferencias: Pesche, IS. Itália)

UMA VOCAÇÃO, UMA MISSÃO

Então, elas se retiram na casa herdada do tio, Abade Giuseppe Antônio Rosa, para atender franciscamente e amar o senhor, e logo as acompanharam outras jovens que procuravam rezar com elas. Sentiram então o dever de melhor instruir-las no catecismo, na prática de piedade e também dos trabalhos próprios do mundo feminino para torná-las boas cristãs e boas donas de casa. Nasceu “Como uma escola”, obviamente diferente das escolas atuais, mas originalíssima, porque nascida de um pedido espontâneo das alunas que atraídas da luminosa exemplaridade daquelas três irmãs, livremente escolhidas como mestras de vida. Depois de seis anos de iniciativa particular – que demonstra a inteligente capacidade organizativa das mestras e a vontade constante das alunas – a casa das Irmãs Faioli tornou-se progressivamente em Conservatório de Anticoli, recebendo as convictas aprovações das autoridades religiosas e civis.

UM CARISMA EXAMINADO E ELOGIADO

Rua Morgani (continuação da rua Faioli) a casa
deixada em herança pelo Abade
Giuseppe Antônio Rosa, às três Irmãs.

O bispo de Anagni, Giovanni Bacchettoni informado pelo pároco Dom Domenico Girolami (sucessivamente põe ele nomeado diretor e promotor da obra) primeiro feito colocar o próprio brasão sobre a porta das três irmãs e promulgou o decreto de Fundação (17 de agosto de 1747), examinou pessoalmente as jovens mestras e os primeiros regulamentos internos (16 de outubro de 1747, exame teórico (17 de março 1749), prova prática com as alunas, e enfim, obtendo o beneplácito de Bento XIV, destinou à nova obra alguns bens que consolidassem autonomia econômica. Meios de sustentamento indispensáveis, tratando-se de uma escola gratuita e que exigia complexos trabalhos de adaptação dos locais sob as próprias despesas à via Maggiore e Via della Longeta; com o mesmo Decreto (11 de agosto de 1749), o bispo acrescentava também a Igreja de Domênico com seus bens.

Sobretudo , a iniciativa das três irmãs suscitou o
entusiasmo popular que se manisfestou em uma “Universal”
frequentação, espontânea e duradoura no tempo. Não somen-
te projetos ou esperança: o clima de adversidade política, na
qual vivia o diretor do conservatório não teria consentido am-
biguidade.
Certamente não podia passar despercebido aos conterrâneos e nem mesmo às populações próximas as três noites de festejos ( com luzes, tambores, fogos de artifícios) com os quais o pároco de Anticoli de 7 a 9 de julho, dava ampla ressonância ao conhecimento do bispo que confirmava oficialmente a humilde escola iniciada pelas três irmãs na própria casa, e promovia a sua expansão.
Tanto mais e quanto tal esta obra de promoção humana voltada ao mundo feminino, assim sedento
de presenças educativas, que já tinham respondido
com surpreendente entusiasmo e constância.
Na noite de Natal de 1747, uma não comum procissão acompanhava as quatro primeiras mestras (as três irmãs e Domenica Tardioli) e a primeira aluna-discipula de apenas 8 anos de idade, coroando os fervidos preparativos com os quais o zelante dom Girolami havia oferecido as suas capacidades e sua autoridade para consolidar a fundação oficial daquele que será conhecido como o conservatório de Anticoli. Mal tal sistematização foi possível somente porque as protagonistas daquela entrada oficial na Casa Madre tinham colocado à disposição os próprios bens, imóveis e outros objetos de móveis, animais domésticos terrenos e outros. Não seja esquecido que Tereza, Cecília e Antônia tinham o peso econômico a seis anos da atividade por elas iniciada.

UMA FUNDAÇÃO, UMA NOVA SEDE

Tal generosa doação foi oficializada através de um ato estipulado pelo escrivão Stefano Bizzarri no dia 8 de novembro de 1749. Tereza, Cecília e Antônia Faioli juntamente com as duas primeiras seguidoras (Domênica Tardioli e a jovem viúva Palma Borguese), declaram de “ter escolhido em todo decorrer da própria vida, Viver uma vida celibatária e casta e de servir Deus Bendito na casa das Mestras Pias… a benefício comum, especialmente às moças(aquelas que não casavam) da cidade, que elas tinham como educandas, e o ensinamento da doutrina cristã, o exercício nas outras obras de piedade,… para qual fim a alguns anos já moravam na dita casa, … e querendo agora fazer coisa agradável ao dito lugar pio, para que assim possa melhor estabelecer-se” e determinaram ” de fazer uma doação universal de todos os próprios bens à dita casa […]”.

UMA PRESENÇA CONSTRUTIVA

1ª foto: quadro que recorda a procissão da transferência
das irmãs Faioli para a casa nova da sede do conservatório
2ª foto: visita do governador e sua aprovação às atividades
desenvolvidas pelas irmãs Faioli.

No entanto, também o grande contestável Fabrício Colonna Tinha oferecido a sua ajuda á obra com repetidas intervenções para uma mais profícuo desenvolvimento. Em uma carta do dia 8 de outubro de 1748, escreve a Dom Girolami << […] A informação à Sagrada Congregação para o novo Conservatório erigido é já enviada e da mesma se espera a carta. Respeito à clausura do pequeno beco que se pretende unir ao novo Conservatório estamos aguardando que o nosso erário nos dê a sua informação […] >>. Particularmente significativo como Testemunho “laical”, sobre a efetiva atividade desenvolvida e sobre o índice de agraciamento do Conservatório, foi a relação oficial de Marcello Ferraioli, governador de Anticoli, que em 16 de maio de 1750 escrevia: << […] do conservatório recém aberto em dita terra (de Anticoli) posso garantir, ecoa um bem de grande notabilidade tanto espiritual quanto temporal às moças, mas também a todas as mulheres deste lugar, pelos frutos dos bons ensinamentos que aprendem da indefesas mestras do dito Conservatório universalmente frequentado […]>>. Por isso, ao Governador não passava despercebido nem mesmo a atividade estendida a beneficiar as mães de famílias através de uma formação permanente que – mesmo que se queira considerar – elevada também às outras mulheres a um empenho de formação sistemática. Certo, tanta fecundidade espiritual foi fruto de escolhas radicais: franciscamente, Teresa, Cecília e Antônia Faioli haviam renunciado para sempre todos os próprios bens e a qualquer outra satisfação, mesmo legítima, para servir somente a Deus << pela qual Complacência, e perfeito serviço, abandonando as mundanças vaidades, nos retiramos voluntariamente>> lembrará Antônia, com inalterado fervor, no capítulo de 1781.
De outra parte, quem queria fazer uma correta ideia sobre a linha espiritual do Conservatório de Anticoli não pode deixar de considerar as primeiras Regras: ” A principal meta do Conservatório e das escolas deve ser aquela de viver recolhida e tratar com Deus” porque ” as mestras as quais não tem o espírito de Deus servem somente a destruir as escolas que a edificá-las”. Não pode transcurar uma verificação dos fecundos frutos de tais princípios; a pesquisa histórica que nos oferece dados muito significativos: a mesma família Colonna enviava filhas dos seus funcionários, e de muitas partes de Roma; diretores espirituais indicavam ás jovens de tornar-se monjas em Anticoli; sinal da ótima fama da qual gozava o primeiro Conservatório e depois como mosteiro. Enfim, após a morte da última das três irmãs, as Mestras Pias de Anticoli foram solicitadas por outros bispos: Informa-nos a beata Catherina Troiani que fes grandes elogios de duas das irmãs (Anna Vicenza Manaccioni e Serafina Affinati) transferidas para abrir uma escola em Firêncio sob insistente pedido do bispo Nicola Buschi. Também a pequena Rosa Girolami espelho das educandas; transformada em discípula, será doada como mestra a Guyarcino e depois Mestra e Vigária em Alatri. Em 1806 a encontramos no Mosteiro da caridade em Alatri sob o pedido do bispo da casa.

Cirilo Antonini ,Bispo que res-
tituiu a paz e instabilidade ao
conservatório.
Que a comunidade tenha sido longamente provada, nos confirmam os intermináveis contrastes sofridos do seu diretor, por muito tempo ausente, antes de ter vencido a causa contra os seus acusadores apoiados pelo Bispo Monti, que sucedeu a Bacchettoni, durante os dezoito anos de Angélica Bertoni, uma jovem que demitida pela sua aberta discordância do diretor – e que, retornada depois de mais de dez anos vem imposta como “Moderadora” pelo bispo Monti, contrariado pelo êxito da causa perdida. Tal regência, continuada sob o bispo filliponi Tenderini (1766-1778), se concluiu com a chegada do bipo Cirillo Antonini (1779) com as definições e a definitiva saída da Bertoni. na complexidade, com a transferência do bispo Bacchettoni, foram 30 anos de Dificuldade, pobreza, constantes humilhações, árduos discernimentos entre obediência à superiora e obediência ao Diretor.

UMA LONGA PROVA PARA A APROVAÇÃO

As virtudes da primeira comunidade foram examinadas com a máxima atenção e descritas com autoridade. Assim, em uma relação oficial do dia 22 de agosto de 1779 ao Santo Ofício, poucos dias após a morte de Teresa, o mesmo bispo Antonini relatava o resumo do confessor extraordinário do Conservatório por ele nomeado para a comunidade do Conservatório. “[…] em descarrego do seu conhecimento deve dizer-me e me diz com júbilo de paraíso ter encontrado muitas pombas e muitas esposas de Jesus, discípulas na estrada do Senhor com vigilância a mais guardada com exatidão, a mais minuta […] que de todo o coração esforça-se por amá-lo, para servi-lo e glorificá-lo, atendendo verdadeiramente com sumo empenho à perfeição.

Da sua parte, o bispo acrescentava sem meios termos:” eu mesmo, por ocasião da visita pastoral, poucos meses depois, feita naquela terra, interroguei de maneira mais escrupulosa possível as suas personalidades, como andavam as coisas, os costumes e pelas notícias que universalmente recebi coerentes aos meios votos. Fiquei muito edificado.

DE MESTRAS PIEDOSAS PARA RELIGIOSAS

Então apoiadas pelo caríssimo pároco Dom Domenico Girolamo, amigo de São Paulo da Cruz e que escrevera as primeiras regras em 1780, as irmãs Faioli tinham dado vida a uma fundação autônoma, mas em sintonia com a obra de promoção humana já desenvolvida a dez anos das “Mestras Pias” de S. Lucia Filippini e da Beata Rosa Venerini e das mais próximas “Irmãs Cisterciensis da Caridade de Anagni” fundada pela serva de Deus Cláudia de Angelis. Usaram o hábito próprio de Mestras Pias por quase toda a vida, até que a vestição do hábito religioso de S. Clara da parte das primeiras dez ( 23 de agosto de 1781, quando Tereza já tinha concluído sua missão) e a sucessiva aprovação das novas Regras escritas pelo bispo Cirillo Antonini. Era então a feliz conclusão de uma vida não certamente privada de contrariedades e de sacrifícios virilmente suportados no silêncio e com sempre renovado fervor.

Que peso teve, na perspectiva da comunidade, a presença compacta daquelas três irmãs capazes de conservar fiéis à própria vocação e missão? Uma resposta parece oferecer a mesma comunidade, que em uma situação arriscava colocar em péssima luz o Conservatório e de comprometer o futuro após a demissão da Superiora imposta diante do novo bispo Antonini, elegeram por unanimidade uma das fundadoras, Antônia. Assim, providencialmente, ela se encontrará a tratar com ele a respeito da evolução do Conservatório em família religiosa Franciscana; ela mesma solicitou e recebeu a adesão plena de sua Comunidade ao novo endereço escolhido. a mudança institucional se concluirá no dia 4 de junho de 1786, quando o bispo Antonini admitirá as primeiras treze ao voto simples com o qual as Mestras Pias se tornaram religiosas a todos os efeitos. Um ato oficial coroando uma vida já vivida naquele mesmo espírito de consagração total.

O último período da vida das Faioli, que coincide com a definitiva formação da comunidade, registra as contínuas intervenções de Antônia (agora Irmã Maria Geltrude) para promover o reconhecimento legislativo e aquele de Cecília ( agora Irmã Maria Teresa) para solicitar a restauração da Igreja de São Domenico: sinais de uma presença viva, de uma autoridade moral a elas reconhecida pela primeira Comunidade (não por caso Antônia foi eleita superiora por unanimidade no momento mais delicado, enquanto cecília era qualificada (capítulo de 1788) como uma das idosas mais sensatas. Por isso o silêncio que circunda as suas pessoas, não pode ser interpretado em sentido negativo; mas, sobretudo, como índice das virtudes de personalidade sã, capazes de falar e de calar, com o fascínio de atrair as próprias conterrâneas de educar as mais jovens com a fortaleza de quem dabe perseverar nas dificuldades com humildade, de quem sabe indiferentemente governar ou obedecer. As várias versões da “Breve Notícia de Origem”, elaborada pela comunidade para os seus Livros Oficiais, se preocupam de reafirmar que as irmãs Faioli foram “as primeiras a tomarem a iniciativa” e o de exemplo para as outras que “se soube”, resultando assim de estímulo às outras jovens do povoado, hospedadas “na própria casa”. “Assim, crescendo o fervor, das mesmas se abriu como uma escola”. Após 100 anos a tradição sobre tais inícios foi confirmada nos questionários para regularizar as escolas segundo as diretivas do Estado Italiano. […] E no início do terceiro milênio aquela escola das humildes origens ainda existe.

TERESA, CECÍLIA E ANTÔNIA FAIOLI

A respeito das características individuais das três irmãs “que exercitaram todo o tempo de suas vidas nas virtudes cristãs”, anotações iluminadoras são encontradas no “Necrológio das Irmãs defuntas” que assim caracterizam: Teresa († 14 de junho de 1779) ” em particular na caridade ao próximo em servi-lo nos serviços humildes e no silêncio”, Cecília († 13 de dezembro de 1789) “em particular na santa oração e prudência”, Antônia († 21 de janeiro de 1793) “muito fervorosa e solícita no serviço de Deus exercitando todas as virtudes e em particular, era amante da santa pureza seja nas palavras como nos fatos”. A essas suas filhas bem merecedoras, fortes e generosas , a prefeitura de origem dedicou, justamente, a rua Maggiore do Centro histórico, enquanto a família religiosa que herdou de promover pesquisas históricas que restituíssem os nobres semblantes das suas três Fundadoras.

IRMÃS DA IMACULADA DE SANTA CLARA

O Instituto em consideração à fama de santidade das três irmãs, progressivamente ampliados, requisitou o início da causa de canonização em 1987. A fase diocesana do Processo concluiu-se em 1º de julho de 1990, mas as pesquisas continuam para documentar sempre melhor a vida , as virtudes heroicas e a fama de santidade das três irmãs ( Servas de Deus). Os seus restos mortais, juntamente aos das primeiras co-irmas, são conservados em Fiuggi na igreja da Imaculada (também chamada de S. Clara, na praça da prefeitura), meta de numerosos visitadores que ali se colocam em oração e amam deixar invocações e também agradecimentos para relatar graças alcançadas.

TRÊS CAUSAS DE BEATIFICAÇÃO

Toda causa de beatificação traz em si uma mensagem de exemplo que constituiu o termo dito “interesse eclesial” da mesma causa. Aquele da três irmãs a qual nos interessamos, oferece originais anotações para a esperança cristã: a história exemplar de Teresa, Cecília e Antônia Faioli convidam a olhar além das mais dramáticas experiências humanas – qual era a destas meninas colocadas improvisadamente diante da morte da mãe Marta – para aprender a olhar o futuro sem nunca desanimar. Na história delas se lê muito bem o principal contributo da religião cristã: Através da morte e ressurreição de Nosso Senhor, esta anuncia um futuro capaz de superar vitoriosamente aquele limite inexorável que aparecia destinado a frustrar “com plena razão” qualquer tipo de empenho. Ao mesmo tempo, a fé oferece estímulos ao específico empenho empenho cristão no tempo: aquele da caridade que vai além dos comuns interesses egoístas para ser solidário com quem não enxerga outras perspectivas. Nenhum gênero de contrariedade pode frear esta virtude, nem mesmo nas criaturas socialmente mais fracas. Sem muitas palavras, mas com o próprio exemplo eloquentíssimo, as irmãs Faioli convidam também as mulheres de hoje e as mais humildes a aspirar às coisas mais altas, sem complexos e sem medos, para dar à vida a alegria da sua plena realização.

A Congregação das Irmãs da Imaculada de Santa Clara, hoje presente não somente na Itália (país de origem) mas também no Brasil e nas Filipinas, dá continuidade à história que começou no longínquo 1741 e que ainda hoje, seguindo o carisma das Fundadoras Teresa, Cecília e Antônia Faioli, testemunham a alegria de seguir Cristo, servindo a Igreja na educação e nos mais necessitados e aonde a Igreja chamar.

Foto das irmãs da comunidade de São Gonçalo – RJ